Cheguei em Boston para o Postdoc. Ainda estou me adaptando... e preenchendo formulários. Incontaveis formulários que solicitam um número sem fim de informações redundantes, sempre "extremamente necessárias". Com isso, a minha estada de 12 meses se mantém a mesma, mas já sei que o meu tempo bruto de trabalho será de 11 meses, com sorte.
Um exemplo: há formulários que devem ser baixados do site, impressos, preenchidos e enviados por fax, a números sempre ocupados, para que eu receba (agora por email) um outro formulário. Esse deve ser preenchido e carimbado pela organização "do curso" que acontecerá em 3 semanas...e volta-se a estaca zero, uma vez que tenho que me increver no tal curso através do preenchimento e envio por fax (!) de outros tantos formulários...
Apesar dessa insana atividade de down loads, impressões e faxes sem fim (papeis e mais papeis!), a Harvard agora é "verde". Qual não foi a minha surpresa ao chegar aqui e descobrir que o vinho sóbrio das cores da universiade foram trocados por um verde apagado e sem personalidade, mas politicamente correto. Outra novidade foi descobrir que o campus agora é 100% livre de tabaco, mas dessa eu gostei! Enquanto isso, nos restaurantes, mil géis desinfetantes sobre as mesas, mas nenhuma palavra sobre a "gripe suína" (vírus H1N1).
Assim é o início. A fase da descontrução daquilo que se julgava ser a oitava maravilha do mundo, a percepção da condição humana à qual todas as instituições (até as mais prestigiosas) estão sujeitas, da qual nem a Harvard escapa. Mas, se ela já sobrevive assim há 400 anos, porque não sobreviverei a apenas 1?
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